Em um mundo vitimado pela crise econômica, os 114 líderes reunidos no Riocentro contentaram-se em repetir as promessas feitas em 1992 e adiar de novo ações que a ciência aponta como urgentes.
Aprovaram um documento de 53 páginas, "O Futuro que Queremos", que fixa o ano de 2015 como nova data mágica da sustentabilidade global. É quando deverão entrar em vigor os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ideia lançada no Rio e que deverá ganhar definições de temas e metas a partir de 2013.
Os objetivos são o principal processo internacional lançado pela Rio+20, que também prometeu adotar um programa de dez anos para rever os padrões de produção e consumo da humanidade.
Outras decisões muito esperadas, como um mecanismo de financiamento ao desenvolvimento sustentável e um acordo sobre a proteção dos ambientes marinhos em todo o planeta, ficaram para depois. "Se você quer uma imagem, é como trocar as cadeiras de lugar no Titanic", criticou Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace.
A presidente Dilma Rousseff, que encerrou a Rio+20, disse que foi "um ponto de partida e não de chegada". Para ela, o documento foi o possível, mas "é óbvio que não atende" à prática brasileira. "Não posso medir todos os países pelo Brasil. O multilateralismo se respeita. Pode querer diferente, mas se não deu, não pode criticar o consenso."
Fonte: Diário do Comércio