segunda-feira, 4 de abril de 2011

Restituição: antecipar ou não antecipar?

Quase um mês após o início do período de declarações do Imposto de Renda, as instituições bancárias já começaram a onda de ofertas de antecipação da restituição. Apesar de tentadoras, as propostas devem ser analisadas com muita cautela e ponderação, já que basta um pequeno atraso na restituição para o cliente sujar o próprio nome na praça e ver a dívida sofrer uma ascensão meteórica.

Adriano Borges, auditor da PP&C Auditores Independentes, explica que "caso o dinheiro for utilizado para cobrir outra dívida mais onerosa, como cheque especial ou cartão de crédito, o beneficio é válido". Em entrevista exclusiva ao Portal Administradores ele fala sobre outros cuidados que o contribuinte deve ter ao optar pela antecipação.


- Quando a antecipação da restituição do IR é uma boa alternativa para o contribuinte?A antecipação só é interessante quando pretende-se utilizar o recurso antecipado para cobrir outra dívida mais onerosa, como cheque especial ou o rotativo de cartão de crédito, pois os juros cobrados pelos bancos na antecipação são mais econômicos que aqueles cobrados nessas modalidades de empréstimo.


- O pacote econômico lançado pelo governo para conter a inflação forçou uma alta dos juros. Esses juros são os mesmos que são aplicados na antecipação da restituição do IR? Uma das mediadas adotadas pelo governo para conter o aumento da inflação é a elevação da taxa Selic pelo Banco Central. Essa mesma taxa é utilizada pela Receita Federal para corrigir o valor das restituições de IR.


- A necessidade de obter uma antecipação da restituição reflete uma "falta de educação financeira" do contribuinte?Antes de antecipar a restituição, é aconselhável avaliar sua real necessidade. Existem pessoas que fazem essa avaliação, mas mesmo assim optam por fazer a antecipação, já que possuem a capacidade de quitar o empréstimo caso haja algum imprevisto no recebimento da restituição, porém, nem todos que optam pela antecipação fazem essa avaliação, pensam somente como o dinheiro antecipado poderá ser utilizado. Assim, podemos afirmar que existe uma "falta de educação financeira" nos casos em que esta avaliação não é feita.


- Quais os problemas que o contribuinte pode enfrentar se contratar esse tipo de serviço e cair na malha fina da Receita? Se ocorrer um imprevisto após a antecipação, como uma malha fina no meio do caminho, como o usuário do serviço deve proceder junto ao banco para evitar problemas maiores?A antecipação do IR é, na essência, um empréstimo garantido pela própria restituição. Assim, se o contribuinte cair na malha fina, o momento do recebimento da restituição será imprevisível, podendo até mesmo não ocorrer. Nesse caso, o empréstimo deverá ser quitado ou renegociado provavelmente a taxas de juros mais elevadas que aquelas que incidiram inicialmente.

Fonte: Portal Administrador

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